O apagamento epistêmico da revolução haitiana no ensino de direitos humanos pelas principais universidades brasileiras

Autores

  • Paulo Renato Vitória Universidad Pablo de Olavide - Sevilla, España
  • Adalberto Davi Cruz Moitinho Dourado Universidade Tiradentes - Unit/SE

DOI:

https://doi.org/10.21910/rbsd.v9i2.629

Palavras-chave:

Decolonialidade; Direitos Humanos; Educação; Racismo epistêmico; Revolução Haitiana.

Resumo

A Revolução Haitiana (1791-1803) forjou o primeiro Estado-nação fundado a partir da superação radical do colonialismo e da escravidão, e foi pioneira em reconhecer a humanidade plena de todos os seres humanos e em garantir direitos sociais para homens, mulheres e crianças, desafiando as hierarquias raciais e de gênero desenhadas pela modernidade/colonialidade eurocêntrica. Este processo histórico de libertação e reconhecimento foi apagado e silenciado pelas narrativas humanistas hegemônicas, construídas pelo pensamento ocidental, que privilegiam o estudo da afirmação histórica dos direitos humanos a partir da Declaração de Independência dos Estado Unidos e da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, da França, priorizando a experiência específica de emancipação da burguesia metropolitana, condescendente com o colonialismo, a escravidão e a inferiorização das mulheres. Através de uma abordagem metodológica é quali-quantitativa, de procedimento bibliográfico e documental, inicialmente realizamos uma reflexão teórica acerca da concepção de ser humano desenvolvida a partir da experiência histórica haitiana, em contraste com as predominantes no Ocidente, para demonstrar o seu potencial humanista e decolonial. Em seguida, realizamos uma pesquisa documental das ementas da disciplina Direitos Humanos nas vinte universidades brasileiras e duas sergipanas mais bem colocadas no último Ranking Universitário Folha (2019), que comprovou a existência de um apagamento epistêmico (que também é ético e político) deste processo histórico no ensino dos direitos humanos no Brasil.

Biografia do Autor

Paulo Renato Vitória, Universidad Pablo de Olavide - Sevilla, España

Pós-Doutorando vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Tiradentes – UNIT/SE, com bolsa da CAPES. Doutor em Direitos Humanos pela Universidad Pablo de Olavide, de Sevilha, Espanha; Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS; Graduado em Direito, também pela PUCRS. Foi orientador do Projeto de Iniciação Científica “O apagamento epistêmico da Revolução Haitiana na construção do discurso dos direitos humanos universais: uma análise das ementas da disciplina Direitos Humanos das principais universidades brasileiras” (2020-2021). E-mail: prvitoria@gmail.com.

Adalberto Davi Cruz Moitinho Dourado, Universidade Tiradentes - Unit/SE

Graduado em Direito pela Universidade Tiradentes – UNIT/SE. Foi bolsista Provic vinculado ao projeto de Iniciação Científica “O apagamento epistêmico da Revolução Haitiana na construção do discurso dos direitos humanos universais: uma análise das ementas da disciplina Direitos Humanos das principais universidades brasileiras” (2020-2021). E-mail: netinhomdourado@gmail.com.

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Publicado

2022-05-02

Como Citar

Vitória, P. R., & Cruz Moitinho Dourado, A. D. (2022). O apagamento epistêmico da revolução haitiana no ensino de direitos humanos pelas principais universidades brasileiras. Revista Brasileira De Sociologia Do Direito, 9(2), p. 31–51. https://doi.org/10.21910/rbsd.v9i2.629

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