Os riscos e os desafios das universidades públicas diante do fenômeno da privatização do uso público da razão
DOI:
https://doi.org/10.21910/rbsd.v4n2.2017.145Resumo
tem-se por objeto no presente trabalho uma análise acerca dos riscos e desafios das universidades públicas no contexto da assim chamada "privatização das ciências humanas" e sociais. A partir do exame de tomada de decisões políticas no Reino Unido, Japão e no Brasil, seguida de um levantamento bibliográfico concernente ao problema, investiga-se se a retirada das disciplinas de filosofia, sociologia, artes, etc. das matrizes curriculares obrigatórias, sobretudo do ensino superior, seria decorrência de uma tendência à pragmatização da especificidade do ensino, porventura melhor apropriada à dinâmica do capitalismo global. Servindo-se da obra de autores europeus e nacionais, verifica-se se tal processo tem contribuído a uma transformação metanóica da universidade, enquanto instituição social, em uma organização prestadora de serviços. Averigua-se a relação entre o controle ambivalente — Estado e mercado — do serviço educacional dito "competitivo" e o imperativo pós-fordista de produção acadêmica rápida e contínua (publish or perish), que acarretaria tanto o surgimento de "carteis" voltados ao domínio exclusivo da publicação de artigos científicos, como a ausência de qualidade e consistência em tais "produtos”, a despeito dos critérios e sistema de avaliação utilizados. Conclui-se com uma breve avaliação da atual representação do Estado brasileiro, após o encerramento prematuro do governo Dilma (2010-2016), e a indicação dos possíveis agentes históricos a serem mobilizados em face de uma tendência mundial, tecnocrática e reformista do ensino.
Palavras-chave: Ciências Sociais. Humanas. Universidade. Produtivismo.Downloads
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