Quando o fundamentalismo religioso se inscreve nos corpos femininos e o estado viola o direito ao aborto legal
DOI:
https://doi.org/10.21910/rbsd.v5n3.2019.338Resumo
O presente artigo parte dos casos de duas menores argentinas que sofreram violência sexual e que tiveram seu legítimo direito ao aborto negado, para analisar o papel do Estado como omisso e violador de direitos humanos, pautado pela influência do fundamentalismo religioso que se transforma em conservadorismo político. Seu problema central consiste em desvelar em que medida a atuação do fundamentalismo religioso, legitimado por um Estado soberano que violentamente inscreve seu poder nos corpos femininos repercute no trabalho de profissionais quanto à prática do aborto legal, tornando em uma violação de corpos? Para responder a indagação, o artigo divide-se em duas partes. Na primeira, busca-se desvelar conceitos de Rita Segato e Giorgio Agamben sobre violência em corpos específicos, revelando uma guerra contra os corpos das mulheres e uma atuação de violência e controle da vida reprodutiva da mulher por parte do Estado soberano. Na sequência, busca-se analisar o exercício do fundamentalismo religioso legitimado pela demora do Estado em dar respostas em casos de aborto legal. Após, busca-se compreender a ação do controle biopolítico da vida reprodutiva sobre corpos femininos. Para a concretização da pesquisa, a metodologia de abordagem foi a fenomenologia hermenêutica.Downloads
Publicado
2019-09-01
Edição
Seção
Artigos
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