Rupturas da ordem neoliberal: crítica ao individualismo, à atomização política e à polarização identitária

Autores

  • Lucas de Alvarenga Gontijo PPGD - PUC Minas
  • Mariana Ferreira Bicalho PPGD PUC Minas

DOI:

https://doi.org/10.21910/rbsd.v7i3.384

Resumo

O neoliberalismo compreendido como ordem de produção material e reprodução social afetou o mundo do trabalho e consequentemente todas as relações humanas no interior da sociedade qual o trabalho está inserido, a definhar o conceito de classe. O presente artigo busca compreender a atual conjuntura política e institucional de modo a investigar as subjetividades neoliberais ocultadas no interior das lutas sociais que permeiam as democracias contemporâneas. A partir desse propósito descobriu-se que a dissolução das referências históricas que construíram trabalhadores como sujeitos coletivos, como classe, efetiva-se por meio de um processo de desterritorização constante, em que as subjetivações tradicionais perderam força, sem que fossem substituídas por outras formas de coesão social. Os trabalhadores atomizamos, guiados pela supervalorização do eu e polarizados por redes e muros digitais deram corpo a um novo ethos social decorrente de uma cultura despolitizada e passiva (meramente consumidora). A produção desse diagnóstico contou com duas analises mais pormenorizadas: a primeira consistiu em analisar as ondas dos movimentos feministas em meio à subjetivação neoliberal. A segunda foi estudar o que ocorreu na democracia brasileira a partir das manifestações de 2013, quando emergiram massas digitais e sua nova economia de identificação. Portanto, as transformações que alteraram a dinâmica da esfera política contemporânea é o problema tema desse artigo. O prognóstico alcançado consistiu em reconhecer que as massas digitais fizeram da própria identidade um fetiche do capitalismo imaterial, afastando o sentido ético da política ou, ainda, confundindo-o com a concorrência. Essa perspectiva crítica permitiu defender de maneira transparente e contundente que as relações sociais se devem a construções intersubjetivas plurais e ao mesmo tempo reconhecidas mutuamente entre os indivíduos de uma comunidade política.

Biografia do Autor

Lucas de Alvarenga Gontijo, PPGD - PUC Minas

Professor Lucas Gontijo é mestre (2002) e doutor (2005) em Filosofia do Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Professor da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Direito stricto sensu da PUC Minas e professor titular de Filosofia do Direito da Faculdade de Direito Milton Campos - FDMC. Como pesquisador de Filosofia Social do Direito, dedica-se à teoria política, com ênfase em biopolítica, teoria do reconhecimento e democracia. Como investigador da filosofia da linguagem, trabalha com teoria da argumentação, hermenêutica, pragmatismo e epistemologia das ciências sociais. Membro fundador da Associação Brasileira de Filosofia do Direito e Sociologia do Direito - ABRAFI, a ocupar, no momento, sua vice-presidência, vez que cumpriu mandatos como diretor secretário e diretor financeiro.

Mariana Ferreira Bicalho, PPGD PUC Minas

Mestre em Teoria do Direito pela PUC Minas. Diretora da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG). Coordenadora de projeto da Universidades Aliadas por Medicamentos Essenciais (UAEM Brasil). Coordenadora do Observatório Jurídico do Terceiro Setor e Direitos Humanos.

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Publicado

2020-09-22

Edição

Seção

Artigos