Microtrabalho na Inteligência Artificial
direitos fundamentais das mulheres e a Ética do Cuidado
DOI:
https://doi.org/10.21910/rbsd.v11i2.807Palavras-chave:
Direitos Fundamentais das Mulheres, Feminismos, Microtrabalho, Ética do cuidado, Inteligência artificialResumo
Este artigo tem por objetivo geral demonstrar que o microtrabalho no Brasil é predominantemente realizado por mulheres em razão da Ética do Cuidado em que elas são socializadas na sociedade patriarcal. O microtrabalho é aqui compreendido como sendo aquele realizado para alimentar com dados a Inteligência Artificial, intermediado através de plataformas, mediante contratação e remuneração por microtarefa, por candidatura, sem direitos sociais. Como objetivos específicos, pretende-se apresentar alguns conceitos cruciais acerca da Inteligência Artificial e do acesso das mulheres ao mercado de trabalho da ciência, tecnologia e inovação; contextualizar o microtrabalho no Brasil e, ao final, discutir aspectos fundamentais da Ética do Cuidado e da necessidade de refundar essa teoria da ação moral pautada em uma orientação feminista que esteja no compasso dos direitos fundamentais das mulheres e dos compromissos internacionais de eliminação de qualquer forma de discriminação contra elas. Trata-se de pesquisa exploratória, com método de pesquisa bibliográfico e documental. A conclusão aponta para a fundamentalidade de um novo devir do cuidado que o considere como compromisso ético de todos os seres humanos e não apenas das mulheres e para a necessidade de regulamentação do microtrabalho capaz de conter as assimetrias de gênero que ele é capaz de acirrar.
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